VÍDEO: Satélites da Starlink e meteoro são vistos ao mesmo tempo no céu do RS, um dia após lançamento pela SpaceX
19/12/2025
(Foto: Reprodução) Satélites da Starlink e meteoro são vistos ao mesmo tempo no céu do RS
Uma sequência de satélites da Starlink cruzou o céu segundos após um meteoro ser registrado pelo Observatório Bate-Papo Astronômico na noite desta quinta-feira (18), em Santa Maria, na Região Central do RS. Às 20h26, foi possível ver uma fila de pontos brilhantes, formando um traço luminoso (veja acima).
🛰️ A Starlink é um braço da SpaceX, a companhia de exploração espacial de Elon Musk. Com a Starlink, o grupo trabalha para lançar e formar uma "constelação" de satélites para levar conexão de internet a áreas remotas com pouca ou nenhuma estrutura.
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Os satélites fazem parte de um lote lançado pela SpaceX na quarta-feira (17), em uma missão que utilizou o foguete Falcon 9, partindo da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia (EUA).
O Observatório Heller & Jung, em Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre, também registrou a passagem do lote na quarta-feira (confira vídeo abaixo).
Lançamento de satélites Starlink forma rastro brilhante e é registrado no RS
Mas como é possível ver os satélites um dia após o lançamento?
Segundo o Observatório Bate-Papo Astronômico, é comum que os satélites fiquem visíveis logo após o lançamento, especialmente quando completam a primeira órbita em horários favoráveis para observação.
"Já me aconteceu de ver na primeira órbita, só que eles ficam muito agrupados, é como se fosse só um risquinho, um pequeno tracinho andando no céu", explica o observatório.
Com o passar das horas, os objetos começam a se espaçar, tornando o alinhamento mais perceptível. Depois que atingem suas posições definitivas, praticamente desaparecem para quem observa da Terra, aparecendo apenas em raros momentos.
Satélites da Starlink e meteoro são vistos ao mesmo tempo no céu do RS
Divulgação/ Observatório Bate-Papo Astronômico
Satélite lançado na Califórnia visto no RS
A razão pela qual objetos lançados ao espaço podem ser vistos em diferentes pontos do planeta está ligada à combinação de altitude, velocidade e iluminação solar. O Observatório Heller & Jung explica:
Reflexo do Sol: Satélites não têm luz própria. O brilho que vemos é a luz solar refletida por suas superfícies. Como eles estão a centenas ou milhares de quilômetros de altura, continuam iluminados pelo Sol mesmo quando, para quem está no solo, já é noite;
Movimento acelerado: Em órbita baixa, como a dos satélites Starlink ou da Estação Espacial Internacional, a velocidade é de cerca de 27 mil km/h. Isso faz com que cruzem o céu rapidamente e possam ser observados em diferentes países em questão de minutos;
Altura e alcance: Quanto maior a altitude, maior a área da Terra que consegue enxergar o objeto. Em alguns casos, é possível vê-los a até 500 km de distância da trajetória;
Órbitas fixas: Satélites geoestacionários, que ficam a cerca de 36 mil km de altura, permanecem “parados” em relação à Terra, garantindo visibilidade contínua de quase um hemisfério inteiro.
Logo após o lançamento, os satélites permanecem próximos uns dos outros, formando uma espécie de “linha brilhante” no céu. Isso acontece porque eles compartilham a mesma órbita inicial, estão em baixa altitude e refletem bastante luz solar, especialmente quando os painéis solares estão posicionados para captar energia.
Os satélites da Starlink ficam em órbita terrestre baixa, a uma altitude de cerca de 550 quilômetros, o que significa que eles estão próximos da Terra (inclusive, é possível vê-los daqui), tornando o envio de sinal bem mais rápido. Para comparação, os satélites geoestacionários ficam a uma distância de 35 mil km.
Segundo a Starlink, os satélites se movem automaticamente para evitar colisões com lixos espaciais. Também há sensores de navegação para que os equipamentos possam encontrar a melhor localização, altitude e orientação para envio de sinal de internet.
Satélites da Starlink e meteoro são vistos ao mesmo tempo no céu do RS
Divulgação/ Observatório Bate-Papo Astronômico
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