'Tirou um pai de família', diz filho de homem morto após ser imobilizado em abordagem de policiais no RS
19/11/2025
(Foto: Reprodução) Vídeo mostra mata-leão em homem durante abordagem policial no RS
Carlos Eduardo Nunes, de 44 anos, morreu dois meses após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante uma abordagem policial em Guaíba, Região Metropolitana de Porto Alegre, em junho. A perícia apontou que ele foi asfixiado após ser contido pelos agentes. Agora, o filho, Weverson Eduardo Fernandes Nunes, cobra respostas e justiça.
“Destruiu uma família. Destruiu um lar”, lamenta. “Estavam com meu pai contido. Já tinham o algemado, aplicado laser, por que precisou aquela brutalidade toda?", questiona Weverson.
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A ocorrência aconteceu quando ele já estava algemado e havia recebido disparos de arma de choque. O homem estaria em surto e tinha diagnóstico de transtornos mentais. Carlos Eduardo morreu no início de setembro.
As imagens do momento mostram Nunes sendo abordado por quatro policiais, sendo que dois deles estão à paisana, e imobilizado com o mata-leão. Após ir ao chão, ele deixa de reagir e é arrastado desacordado em direção à viatura. (veja acima)
Carlos Eduardo Nunes morreu após ser imobilizado durante abordagem policial e entrar em coma em Guaíba
Arquivo pessoal
O caso foi investigado pela Polícia Civil e pela Brigada Militar. O inquérito concluiu que os policiais agiram em legítima defesa, mas a família discorda e segue pedindo responsabilização.
“A gente pede justiça em cima de tudo isso porque ali eles tiraram o direito da vida do meu pai”, afirma o filho.
Para Ernani Rossetto, advogado e conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos do RS, situações como essa têm se repetido no Estado: “Esses casos trazem à luz a necessidade de protocolos para evitar que a força seja a regra”, diz.
Em nota, a Brigada Militar informou que instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar a conduta dos policiais envolvidos e que o Ministério Público analisa o resultado da investigação. (veja abaixo)
Homem foi imobilizado com mata-leão e arma de choque e depois arrastado desacordado.
Imagens cedidas
O que diz a BM
"A Brigada Militar informa que, no caso da ocorrência envolvendo uma abordagem policial em Guaíba, instaurou, imediatamente após o fato, um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a atuação dos policiais envolvidos na ocorrência registrada no município. O procedimento foi conduzido pela Corregedoria da Corporação, que concluiu o IPM e o remeteu ao Juízo Militar Estadual (JME), conforme determina a legislação vigente.
O caso encontra-se, neste momento, sob análise do Ministério Público junto ao Tribunal de Justiça Militar, que possui prazo legal para se manifestar, podendo solicitar novas diligências ou adotar as medidas que entender cabíveis.
A Brigada Militar reforça seu compromisso com a transparência, a legalidade e a apuração dos fatos."
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